Confiar ou não confiar? Eis a questão...

Sabemos que as fontes digitais crescem em número e importância em nossa sociedade. A cada dia, cerca de 120 mil blogs são criados. Aí eu me pergunto: Que tipo de informações são disseminadas em todos esses blogs? Para quem elas se destinam? Quem as produz?

Na verdade são apenas questões para reflexão pessoal, porque afinal de contas, não existe resposta para elas. Como disse no último texto, os blogs podem ser (e são) criados por qualquer pessoa, basta que ela queira ter um, independentemente de qualquer coisa. Os blogs surgem em torno de diversos assuntos. Se você esta procurando por diversão, curiosidades ou qualquer coisa informal, ok! Você pode circular livremente pelos blogs, divertindo-se ou não, acreditando ou não, enfim, é tudo uma grande brincadeira.

A problemática surge quando você deseja usar um blog como fonte formal, para um estudo, trabalho ou qualquer coisa séria. O quanto podemos confiar nessas fontes tão disponíveis a todos? Vou ser um pouco chata e insistir na minha péssima mania de ter certo preconceito com coisas novas (não que blog seja uma coisa nova, mas é novo para mim pensar em referenciá-lo em um trabalho para a faculdade).


Na verdade, essa mania não é tão anormal assim. Se dermos uma passada rápida por alguns pontos da história, veremos que sempre há uma resistência aos progressos, como o surgimento do papel ou da vacina no Brasil, por exemplo. Ninguém quer usá-los, pois não conhecem e por isso não confiam neles. Isso foi só uma observação para a minha auto-estima. Voltando ao assunto...


Como saber que um blog é realmente confiável? As fontes consultadas para a produção desse texto indicaram alguns métodos para avaliar a veracidade de um blog. Porém, aqui, vou comentar os que achei interessante e que considero prático aplicar.

Primeiramente, ao entrar em um blog, podemos observar em seu design se:

• O estilo escolhido tem relação com o tema central ;
• Informações como tema central e público alvo são informações disponíveis com clareza;
• É prático de ser usado;
• O conteúdo está bem organizado;
• Informações de autoria dos textos estão claras, incluindo outro tipo de contato com os autores (e-mail, twitter etc).

As observações de design são importantes pois, se estamos procurando um blog com a responsabilidade de transmitir informações certas, estamos procurando por pessoas que sabem do que estão falando, sendo capaz, assim, de construir um blog de forma clara e objetiva. Afinal, quem sabe do que esta falando não tem dificuldades em mostrar isso.

Depois do primeiro contato visual, podemos começar a observar o conteúdo em si, se:

• Os textos são bem escritos;
• Os posts e as informações são atuais;
• Apresenta dados precisos (quando possível);
• Possui originalidade, como textos novos e informações adicionais.

Para analisar essa parte do blog, é imprescindível que já se tenha conhecimento no assunto. Afinal, se você vai julgar alguém, você precisa ter os argumentos. Então, vamos lá. A qualidade e atualização dos textos nos mostram que há instrução da pessoa que o escreve e que há, realmente, interesse e dedicação ao blog. Todos os aspectos citados acima ainda nos mostram que há pesquisa e constante atualização do autor em relação ao objeto estudado. E é sempre bom que tenha informações novas e textos próprios. Nada pior do que consultar várias fontes e encontrar os mesmos textos, sem nada a te acrescentar, não é mesmo?

Por último, mas não menos importante, devemos avaliar questões de referenciação. Observemos se:

• Apresenta as referências consultadas ao final dos posts;
• Possui links para outros sites e quais são eles;
• O blog é referenciado em boas fontes;
• O autor do blog é uma boa referência, tendo competência para a atividade;
• Possui divulgação em outros bons sites, bibliotecas, universidades ou qualquer instituição relacionada com o assunto;
• Há estabilidade de URL e, assim, de público leitor e referências;
• Recurso de avaliação dos leitores pela marcação das estrelinhas.

Esses tópicos são importantíssimos de se levar em consideração pois, além da opinião que você já formou, você entra em contato com outras opiniões, através das referenciações delas. Além disso, já diz o ditado: quem não deve, não teme. Se há comprometimento e veracidade nos posts, porque não apresentar as referências? Quando a essa coisa de mudar a URL, não sei quais seriam os motivos de se fazer isso honestamente. Mas se o fazem, seria bom que deixasse um rastro para os seguidores. Ainda tem o recurso das estrelinhas, onde cada visitante do blog pode marcar um número de estrelas para o blog, de acordo com o quanto gostou dele. Esse é um recurso totalmente informal, mas é bom saber o que o povo anda achando do blog.

É claro que nenhum desses aspectos devem ser analisados isoladamente, principalmente o design. Todos são pistas que nos ajudam a chegar a uma conclusão, mas não devem ser encarados como regra estanque. Afinal, quanto ao design, por exemplo, existem muitos modelos prontos na internet, que deixam os blogs lindos! Ou ainda (num exemplo mais ousado), pessoas que não tem uma boa intimidade com a produção textual, podem, sim, ser muito conhecedoras de outros assuntos (e vice-versa!).

Enfim, até hoje, em todas as minhas experiências de pesquisa, sempre encarei a internet como um tirador de dúvidas. Fazia as pesquisas em livros e, se faltasse um dado mínimo como dia ou causa da morte de alguém, eu buscava na rede. Mas hoje vejo que ela está sendo encarada, principalmente pelas novas gerações, com base concreta para uma pesquisa. E de fato, o valor que ela carrega é muito grande pois, na velocidade em que as informações surgem, a internet é atualizada muito mais rapidamente que as publicações tradicionais. 

É claro que tudo isso pressupõe avaliação, pois sempre vai existir o bem e o mal. É claro que no mundo dos livros também existem falsas informações. Mas na internet a atenção deve ser redobrada pela facilidade de produção de informação que ela apresenta. Sabe aquela conhecida frase "o papel aceita tudo"? Pois é, aceita mesmo, mas as editoras geralmente não, até porque isso tudo envolve dinheiro. Eu diria que nesse contexto, a frase cabe muito mais para as mídias digitais: "a web aceita tudo", por isso estejamos de olho!

De qualquer forma, hoje temos fontes variadas para a busca de informação. Então, por que não utilizá-las? É muito conveniente usarmos várias fontes que nos são disponíveis. Só porque a internet tá aí, tão mais prática, não quer dizer que tenhamos que excluir  os meios que, até ontem mesmo, eram os tradicionais. Todos eles têm suas particularidades e seu valor. Veja o quão rica pode ficar nossa pesquisa se assim o fizemos.

Para concluir, quero dizer que eu acredito que devemos sempre investir na consulta a blogs, aproveitando que eles estão em alta com a juventude. É uma forma de incentivar a educação, tão famigerada entre eles por não possuir atrativos. Os tempos mudam, as pessoas mudam, os costumes são outros. A educação deve sempre acompanhar essas mudanças se quiser ser cumprir o seu papel.

Uma ótima semana a todos!

Gabriela Anhaia

Referências

HEBERT. 11 serviços que dizem tudo sobre o seu blog. [São Paulo], 25/09/07. Disponível em: . Acesso em: 27 ago 2010.

FERREIRA, Margarida Elisa Ehrhardt. Utilização de Blogs em sala de aula. [s.l.], 1/08/07. Disponível em: <webartigos.com/articles/2017/1/A-Utilizaccedilatildeo-Do-Blog-Na-Educaccedilatildeo/pagina1.html>. Acesso em: 27 ago 2010.

PRIMO, Alex. Blog e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em língua portuguesa. Natal - RN, 09/2008. Disponível em: <intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1199-1.pdf>. Acesso em: 27 ago 2010.

ALVIM, Luísa. Avaliação de Qualidade de Blogues. Disponível em: <badinfo.apbad.pt/Congresso9/COM105.pdf>. Acesso em: 27 ago 2010.